sábado, 5 de junho de 2010

Google... De onde veio, para onde vai?

Sabe aqueles dias em que algo acontece e que muda a história do mundo? Então uma nova página da história da internet começou a ser escrita no verão (estadunidense) do ano de 1995, nos corredores da Universidade de Michigan. Larry Page e Sergey Brin se conhecem e, a partir daquele momento, os rumos da internet se modificam, pois a parceria entre os criadores do Google estava selada para sempre. A ferramenta de busca do Google surgiu, em 15 de setembro de 1997.
Com uma idéia genial e muita competência, os fundadores do Google transformaram sua marca um sinônimo de buscas na internet. Não é a toa que depois de aproximadamente quinze anos, o Google ocupa o topo da lista das marcas mais valiosas do mundo, desbancando gigantes que estão no mercado há dezenas de anos, como as montadoras de automóveis e eletrodomésticos. Com um valor de marca na casa dos U$ 100 bilhões, o Google prova mais uma vez toda sua força.
Nos últimos anos, a expansão da empresa pelos mais variados segmentos como anúncios (AdSenses e AdWords), e-mail (Gmail), comunidades sociais (Orkut), busca de endereços e mapas (Maps), softwares (Earth, Picasa, Chrome) e aquisição de diversos serviços bem sucedidos como YouTube e Writely (hoje Google Docs), dentre vários outros aplicativos; estabelecem uma imagem onipresente da empresa tanto no mundo online como no offline.
O Google é sinônimo de empresa versátil, pois atirou para todos os lados e, inacreditavelmente, acertou quase todos os tiros.
Anualmente, os criadores do Google reúnem e misturam especialistas de todas as áreas e pedem a eles para falar e discutir com uma platéia composta de gente do mercado vinda das várias partes do planeta. Realizam essa discussão num encontro chamado Zeitgeist, palavra alemã que significa "o espírito do tempo". Em 2006, o evento aconteceu no começo de outubro, em Mountain View, Califórnia, na sede do Google.
Na mesma proporção do crescimento financeiro; nos últimos quatro anos, o número de funcionários mais que quintuplicou. Contratar quase 500 pessoas por mês, em vários países do mundo, tem desafiado um sistema que tradicionalmente revira o histórico e o perfil dos candidatos antes da contratação. O nível da formação acadêmica, o resultado das notas na faculdade e a capacidade do indivíduo de se encaixar na cultura Google. Quantos livros o candidato leu ou sua habilidade em responder alguma pergunta com rapidez não são as coisas mais importantes. O Google é um ambiente diferente, com uma estrutura horizontal em que o nível hierárquico tem menos influencia do que a capacidade de colaboração do indivíduo.
Mais recentemente, o Google colocou um freio numa de suas políticas mais polêmicas -- o lema "Contrate o quanto puder". "Provavelmente poderíamos bancar o custo das contratações a mais, mas queremos ser mais conservadores com as finanças daqui para frente", diz a americana Stacy Sullivan, vice-presidente de cultura do Google, uma veterana com nove anos de casa.
Em vez de centrar esforços em fazer a equipe crescer, agora o Google precisa organizar a horda de funcionários que vem acumulando em seus escritórios. Uma das tarefas mais complexas é estabelecer a hierarquia da empresa.
Um estirão como o do Google também deixa marcas físicas. Em alguns departamentos, a superlotação acabou fazendo com que salas de reunião se transformassem em escritórios. Por isso, a empresa não pára de comprar ou construir prédios vizinhos à sua sede.
Desde fevereiro, o Google está sendo obrigado a lidar com um novo e incômodo problema: a pressão por resultados.
Até agora, essas mudanças não parecem causar impacto no clima entre os funcionários. Em 2006 e 2007, o Google foi eleito a melhor empresa para trabalhar nos Estados Unidos pela revista Fortune. Embora a companhia tenha registrado baixas, é possível ver dezenas de funcionários que literalmente vestem a camisa e vão ao trabalho com roupas que estampam o logotipo do Google.
O Google revolucionou nossa maneira de pensar na web e a própria web. Hoje, ser destaque no Google é estar no topo do mundo, ainda mais em um planeta em que 205 milhões de residências estão ligados à internet.
Vamos aguardar as próximas novidades nas buscas e acompanhar sua evolução e a da internet.
E você, usuário antenado? Como vê o passado, o presente e o futuro do Google? Será que ele vai perder a majestade ou o posto de referência nas buscas? Dê sua opinião.

CURIOSIDADES


O nome Google foi escolhido por causa da expressão googol, que representa o número 1 seguido de 100 zeros, para demonstrar assim a imensidão da Web.
A expressão googol surgiu de um fato um tanto quanto curioso, o matemático Edward Kasner questionou o seu sobrinho de 8 anos sobre a forma como ele descreveria um número grande - um número realmente grande: o maior número que ele imaginasse. O pequeno Milton Sirotta emitiu um som de resposta que Kasner traduziu por "googol".
Segundo o documentário de Biography Channel sobre os criadores do Google, quando o primeiro investidor da empresa passou um cheque de 100 mil dólares perguntou a que ordem o devia passar. Brin e Page disseram que queriam dar o nome de "Googol" à empresa, mas o empresário, possivelmente por ignorância, escreveu "Google", obrigando, assim, que a empresa tivesse este nome.


Caso Anhanguera


A educação vai a bolsa de valores
Faculdades abrem o capital para crescer – e os estudantes também podem ganhar com isso

Camila Pereira
Lailson Santos


Antonio Carbonari, da Anhanguera: de um negócio entre amigos à bolsa de valores

Poucos setores têm se transformado tanto no Brasil quanto o de ensino superior privado. O sinal mais claro disso é a recente entrada das universidades na bolsa de valores. Quatro grupos já abriram seu capital e logo virão pelo menos mais três, entre eles o Iuni (do Centro-Oeste), o Maurício de Nassau (o maior do Nordeste) e o Veris Educacional, ao qual pertence o Ibmec. O presidente do Veris, Eduardo Wurzmann, resume a motivação comum a essas empresas: "Não há maneira melhor de patrocinar a expansão das universidades". Redes de ensino superior não são uma novidade no país. Elas surgiram cerca de dez anos atrás. Com a bolsa, agora, ganham um novo – e decisivo – impulso. O grupo Kroton, dono das escolas e faculdades Pitágoras, chegou à bolsa com oito faculdades e hoje tem 25. O Anhanguera passou de dezessete para 47 instituições em pouco mais de um ano. Foi o grupo que mais deu certo: o valor das ações já cresceu 50%. Trata-se ainda de um caso emblemático da profissionalização pela qual passam as universidades. Basta saber que o presidente do grupo, o professor de matemática Antonio Carbonari Netto, resolveu abrir sua primeira faculdade no interior de São Paulo baseado numa "intuição". Uniu-se a três colegas e hipotecou a própria casa para conseguir um empréstimo no banco. "Virei empresário sem saber o básico", conta ele. Hoje, recebe investidores estrangeiros interessados em comprar suas ações.
O ingresso das faculdades no mercado de capitais não provoca apenas uma mudança fundamental na condução desse tipo de negócio no país. Pode representar, também, um avanço para os alunos. Foi o que se viu nos Estados Unidos, onde as universidades começaram a aventurar-se na bolsa quinze anos atrás. A breve experiência brasileira aponta para o mesmo tipo de ganho: mensalidades mais baixas, avanços na infra-estrutura e, por vezes, até a melhora do ensino. Ao abrirem o capital, as universidades juntam dinheiro para esparramar-se por vários endereços e logo se transformam em redes de ensino, nas quais tudo é pensado em grande escala. Na prática, nenhum funcionário vai mais à loja vizinha comprar papel e tinta ou uma impressora nova. Esses artigos são encomendados aos milhares, o que reduz os custos. Torna-se possível, por exemplo, a compra de equipamentos para um laboratório pela metade do preço – daí as chances de a infra-estrutura melhorar. Com esse tipo de economia, a margem de lucro de uma faculdade, que normalmente beira os 7%, chega a 20%. É por isso que grupos que entraram na bolsa, como Anhanguera e Estácio de Sá, conseguem cobrar mensalidades até 50% mais baixas.
Para certas faculdades, a entrada na bolsa acaba tendo ainda impacto positivo no nível do ensino (o que não faz mal às universidades brasileiras). Uma das razões remete, de novo, aos ganhos de escala. Numa rede, os custos com a confecção de currículos e material didático (parte do negócio que sai caro para as universidades) caem drasticamente. O mesmo material é adotado em dezenas de faculdades. Foi justamente por isso que o Kroton (grupo já tradicional no ensino básico, como o SEB, outro que entrou na bolsa) investiu alto na contratação de uma equipe de especialistas em diversas áreas, com a missão de elaborar um plano pedagógico. Outro fator que pode impulsionar a melhora do ensino diz respeito à simples lógica do mercado: faculdades muito ruins espantam os investidores e, por isso, aquelas que vão à bolsa têm de se preocupar mais com o lado acadêmico. Diante de notas baixas em alguns de seus cursos em provas aplicadas pelo Ministério da Educação, a Anhanguera decidiu enviar professores para um curso de reciclagem.
A experiência de entrar na bolsa nem sempre é fácil, especialmente para um setor tão pouco profissionalizado. Para abrir o capital, os grupos precisam apresentar três anos de contas auditadas, um conselho de administração e metas bem definidas de expansão. Freqüentemente, uma reorganização dolorosa do negócio é necessária. A Estácio de Sá, o maior grupo de ensino superior do país, com quase 200 000 alunos, passou por maus momentos depois que entrou na bolsa. Faltou planejamento. Para se ter uma idéia, apenas seis meses antes da abertura do capital o grupo se tornou, oficialmente, uma instituição com fins lucrativos, requisito básico para o IPO. A evidente desorganização afastou os investidores, e o valor das ações caiu à metade. A reação veio há dois meses, quando o GP Investimentos, o maior gestor de recursos de terceiros no Brasil, comprou 20% das ações. Conferiu credibilidade ao negócio. O que atrapalhou a Estácio foi justamente o trunfo da Anhanguera. O grupo, hoje com 47 faculdades e previsão de faturamento neste ano de 600 milhões de reais, começou a se preparar para abrir o capital com quatro anos de antecedência. A transição deu-se com a supervisão do fundo de investimentos Pátria, hoje dono de 50% das ações. Enquanto os grandes grupos crescem, as pequenas faculdades sofrem. Como sabem que será difícil competir com uma rede de ensino, seus donos começam a passar o negócio adiante.
Ocorre hoje no Brasil um fenômeno que teve início nos Estados Unidos, na década de 90, quando grupos de ensino abriram capital na bolsa, motivados pela expansão num nicho até então pouco explorado: o ensino universitário para gente mais velha. Deu certo. O recente ingresso das faculdades brasileiras na bolsa é impulsionado por uma outra realidade, mais parecida com a da China e da Índia, onde grupos de ensino também abrem seu capital. Esses países têm ainda muitos jovens fora das universidades (87% deles no Brasil) e vivem momentos de expansão da economia – o que significa mais dinheiro no bolso das pessoas para pagar por educação. Não por acaso, são boas as perspectivas de expansão do faturamento nesse setor: os 20,5 bilhões de reais deste ano devem chegar a 28 bilhões de reais em 2012, segundo uma projeção da consultoria Hoper. São números polpudos o bastante para atrair estrangeiros. Eles já são a maioria dos investidores em universidades brasileiras na bolsa – e têm apostado também fora do mercado de ações.
O grupo americano Laureate foi o primeiro a se tornar sócio de uma universidade brasileira, a Anhembi Morumbi, em 2005. Na semana passada, o igualmente americano Apollo, o maior grupo de ensino do mundo, ofereceu 2,5 bilhões de reais pela Universidade Paulista (Unip), do empresário João Carlos Di Genio. É a maior proposta já feita nesse mercado. Mais um sinal de que a educação no Brasil se tornou não apenas um bom negócio, mas um negócio diferente.

Case Gurgel


CASE GURGEL


Fundada em 1º setembro de 1969 pelo engenheiro mecânico e eletricista João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, a empresa que leva o seu nome representa uma importante experiência nacional na indústria de automóveis e que em 25 anos produziu utilitários, carros urbanos e até elétricos, com capital 100% brasileiro.

O engenheiro Gurgel começou produzindo Karts e minicarros para crianças e em 1969 fundou a Gurgel Veículos. Sempre batizou seus carros com nomes brasileiros homenageando as tribos indígenas. Seu primeiro modelo era um bugue chamado Ipanema. Em 1973 deu início ao sucesso da marca com o modelo Xavante, que foi seu principal produto agradando o público por sair da concepção tradicional dos bugues, e também ao exército que fez grande encomenda.

Em 1974, a Gurgel apresentou um pioneiro projeto de carro elétrico chamado Itaipu mas este apresentou problemas com a durabilidade, capacidade e peso das baterias o que até hoje é um desafio para a empresa automobilística. Após cinco anos de estudo, em 1980, foi testado outro veículo de tração elétrica, o Itaipu E400, um furgão com desenho moderno e agradável. Era um veículo estritamente urbano para duas pessoas, e eram necessárias 7 horas em média e 220 volts para recarregá-lo.

Em 1980 sua linha era composta de 10 modelos, com motores a gasolina ou álcool.
A valente empresa nacional crescia, sua fábrica contava com 272 empregados. Em 1977 e 1978, a Gurgel foi o primeiro exportador na categoria veículos especiais e o segundo em produção e faturamento. Cerca de 25% da produção seguia para fora do Brasil e eram fabricados 10 carros por dia.

Além dos utilitários, Gurgel sonhava com um minicarro econômico, barato e 100% brasileiro para os centros urbanos. Em 7 de setembro de 1987, foi apresentado o projeto Cena, “Carro Econômico Nacional”, ou Gurgel 280, o primeiro minicarro da empresa, projetado para ser o mais barato do país.

Apoiando a indústria nacional, o Governo Federal concedeu o direito de pagar apenas 5% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o carrinho, enquanto os demais carros pagavam 25% ou mais. Devido aos incentivos fiscais, os carros eram cerca de 30% mais baratos que os compactos de outras montadoras, como exemplo o FIAT Uno. Infelizmente, quando parecia estar surgindo uma nova potência nacional no mercado automobilístico, o governo isenta todos ao carros com motor menor que 1000cm3 do IPI, o que acaba sendo uma traição a Gurgel pois as outras montadoras lançaram veículos com o mesmo preço do BR-800 mas oferecendo mais espaço e desempenho. O sonho da Gurgel que era ser um fabricante nacional de automóveis, acaba enfraquecido pelas dívidas e pela concorrência das multinacionais e acaba pedindo concordata em 1993. Numa última tentativa de salvar a fábrica a Gurgel pede um financiamento ao governo federal que é negado e as portas das fábricas se fecham no fim de 1994. Sem dúvida o grande engenheiro João Gurgel deixou seu legado na indústria nacional. Foi um homem à frente do seu tempo, corajoso e patriota que infelizmente não conseguiu suportar sozinho a concorrência das grandes multinacionais.

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