sábado, 5 de junho de 2010

Case Gurgel


CASE GURGEL


Fundada em 1º setembro de 1969 pelo engenheiro mecânico e eletricista João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, a empresa que leva o seu nome representa uma importante experiência nacional na indústria de automóveis e que em 25 anos produziu utilitários, carros urbanos e até elétricos, com capital 100% brasileiro.

O engenheiro Gurgel começou produzindo Karts e minicarros para crianças e em 1969 fundou a Gurgel Veículos. Sempre batizou seus carros com nomes brasileiros homenageando as tribos indígenas. Seu primeiro modelo era um bugue chamado Ipanema. Em 1973 deu início ao sucesso da marca com o modelo Xavante, que foi seu principal produto agradando o público por sair da concepção tradicional dos bugues, e também ao exército que fez grande encomenda.

Em 1974, a Gurgel apresentou um pioneiro projeto de carro elétrico chamado Itaipu mas este apresentou problemas com a durabilidade, capacidade e peso das baterias o que até hoje é um desafio para a empresa automobilística. Após cinco anos de estudo, em 1980, foi testado outro veículo de tração elétrica, o Itaipu E400, um furgão com desenho moderno e agradável. Era um veículo estritamente urbano para duas pessoas, e eram necessárias 7 horas em média e 220 volts para recarregá-lo.

Em 1980 sua linha era composta de 10 modelos, com motores a gasolina ou álcool.
A valente empresa nacional crescia, sua fábrica contava com 272 empregados. Em 1977 e 1978, a Gurgel foi o primeiro exportador na categoria veículos especiais e o segundo em produção e faturamento. Cerca de 25% da produção seguia para fora do Brasil e eram fabricados 10 carros por dia.

Além dos utilitários, Gurgel sonhava com um minicarro econômico, barato e 100% brasileiro para os centros urbanos. Em 7 de setembro de 1987, foi apresentado o projeto Cena, “Carro Econômico Nacional”, ou Gurgel 280, o primeiro minicarro da empresa, projetado para ser o mais barato do país.

Apoiando a indústria nacional, o Governo Federal concedeu o direito de pagar apenas 5% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o carrinho, enquanto os demais carros pagavam 25% ou mais. Devido aos incentivos fiscais, os carros eram cerca de 30% mais baratos que os compactos de outras montadoras, como exemplo o FIAT Uno. Infelizmente, quando parecia estar surgindo uma nova potência nacional no mercado automobilístico, o governo isenta todos ao carros com motor menor que 1000cm3 do IPI, o que acaba sendo uma traição a Gurgel pois as outras montadoras lançaram veículos com o mesmo preço do BR-800 mas oferecendo mais espaço e desempenho. O sonho da Gurgel que era ser um fabricante nacional de automóveis, acaba enfraquecido pelas dívidas e pela concorrência das multinacionais e acaba pedindo concordata em 1993. Numa última tentativa de salvar a fábrica a Gurgel pede um financiamento ao governo federal que é negado e as portas das fábricas se fecham no fim de 1994. Sem dúvida o grande engenheiro João Gurgel deixou seu legado na indústria nacional. Foi um homem à frente do seu tempo, corajoso e patriota que infelizmente não conseguiu suportar sozinho a concorrência das grandes multinacionais.

7 comentários:

  1. Roberta disse:
    No caso da Gurgel, foi um caso arrojado que mostra a importancia do conhecimento e como o profissional faz a diferença quando utiliza o conhecimento como forma empreendedora, com determinação é possivel se alcançar os objetivos almejados. O case nos mostra também que não devemos desistir de nossos objetivos na primeira dificuldade, e ter habilidades gerenciais são fundamentais para obtermos sucesso em qualquer empreendimento.

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  2. O caso da Gurgel nos mostra como é importante, desde os finais da década de 60, a presença de inovação para a competitividade das empresas. Empresa de capital 100% nacional, ela pensou num carro elétrico, inovação para a época. Ela só conseguiu ficar no mercado durante 23 anos por causa do seu capital intelectual que conseguia lançar produtos novos no mercado.

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  3. Não fosse o incentivo concedido pelo governo com certeza a Gurgel estaria a todo vapor no mercado porque já a tempos atrás mostrou que o capital intelectual deve ser colocado em prática e valorizado, visão que as empresas estão tendo recentemente.

    Pena que o capital intelectual não caminha sozinho, precisa estar acompanhado de investimentos monetários,que junto com a tecnologia e inovação fazem o sucesso das empresas,foi o que faltou para a Fábrica Gurgel prosseguir!!

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  4. Vimos a importancia do conhecimento e inovação das organizações. Case interessante que nos mostra a importancia e visão que temos que ter quando não queremos desitir dos nossos sonhos, mesmo quando esses dependem de outras pessoas para sobrevivencia. Isso se da a necessidade de hoje termos um conhecimento agregado junto a TI em busca inovações.

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  5. Case super interessante, pois mostra a importância de não parar no tempo e que inovar é preciso sempre, para continuar no mercado.

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  6. O espírito empreendedor e a determinação foram determinantes para que o negócio pudesse dar margens de sucesso e ganho de mercado. Porém, não se pode contar só com grandes idéias e vontade de vencer, é preciso agregar outros valores e desenvolver habilidades com base no mercado, concorrentes e os próprios clientes.

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  7. Verificamos que a Gurgel usou de seus conhecimentos e ousadia para lançar produtos inovadores e de baixo custo no mercado. Com o incentivo do Governo Federal a fabrica pode crescer e infelizmente ao se ver sendo engolido pela concorrência, devido a isenção dos carros com motor menor que 1000cm3 do IPI, não soube inverter a situação e acabou fechando as portas. Depois de tanto trabalho e visando a necessidade dos consumidores porque a Gurgel não conseguiu se manter no mercado? será que o conhecimento estava limitado?

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