segunda-feira, 14 de junho de 2010

Capital Intelectual


Capital Intelectual - Gestão do Conhecimento


Prof. João Beserra da Silva

(Escritor, conferencista e facilitador, também em vendas automotivas)

O maior patrimônio dos relacionamentos humanos é a amizade. O maior capital é o conhecimento. O capital financeiro guardado estagna e desvaloriza-se; assim também é com o conhecimento. Só tem valor quando investido. Rende dividendos, se bem aplicado.

Como nas bolsas de valores, assim é a bolsa dos conhecimentos. Nada valem se ficarem no egoísmo pessoal. Como “dinheiro atrai dinheiro”, conhecimento atrai conhecimento, se investido no interesse de outros, à disposição das comunidades, com sabedoria e humildade.

Um dos pontos fundamentais na Gestão do Conhecimento é a liderança. Muitas pessoas demonstram nada possuírem de líderes ao negarem o conhecimento de outros. O conhecimento, se multiplicado de forma organizada, sem sonegação, prospera e faz prosperar, associando-se a empreendimentos vitoriosos. Quem sonega imposto comete crime; quem subtrai conhecimentos, pratica injustiça; bloqueia talentos, impede o desenvolvimento; fere princípios, direitos e ética humana.

Neste mundo moderno gerir conhecimento, como capital intelectual, sem valorizar o ser humano e motivá-lo, é o mesmo que aplicar dinheiro bom em ação sem valor. A Gestão de Conhecimento, ao utilizar o capital intelectual, deve definir como fator preponderante a velocidade e o encantamento com a novidade dos benefícios. Passamos as épocas demoradas e enfadonhas das circulares, dos comunicados, das mensagens via telex. Hoje, somos movidos pelas mudanças dentro das próprias mudanças, cuja única certeza é a mudança. Portanto, os processos da Gestão de Conhecimento de modo algum poderão ser lentos; devem ser ágeis, embora refletidos e amadurecidos.

Assim, seguindo esse caminho – o da velocidade – para evitar incorrer no erro de chegar depois, a pessoa na gerência de conhecimentos, sejam pessoais ou coletivos, deve possuir a condição indispensável da serenidade e do poder desenvolvido da intuição. As mais importantes decisões que beneficiaram a Humanidade foram tomadas em segundos.
As idéias brotam no espírito humano e são como tumores no físico que precisam sair. Idéias fantásticas, quando brotam do espírito de pessoas igualmente fantásticas necessitam ser postas em prática imediatamente. No dizer de Shaskepeare, ação é eloqüência. Há muita gente sonegando idéias e protelando decisões. Vão pagar pelo crime de matar no nascedouro a fonte do saber. Infelizmente, muitos “chefes” agem assim com receio de perder o posto, em virtude do que jamais se tornarão líderes e continuarão ser pesos para as suas corporações...

Ao contrário, na Gestão de Conhecimentos, onde estiverem presentes o respeito, o amor, a confiança, a solidariedade, o espírito de parceria, a consciência formada no “nós”, distanciada do “eu”, o líder vai fomentar o maior banco de talentos. Porque o talento é como a água, quanto mais se usa mais a fonte dispõe para oferecer.

Profissionais de Recursos Humanos lembrem-se de que a qualidade total, tão apregoada em nossos tempos, sem a qualidade pessoal é verdadeira falácia, é um engodo, que se esconde atrás de algumas formas de ISO. Qualidade é efeito, conseqüência de algo que a precede. A preocupação exagerada com a qualidade final pode transformar-se em psicose coletiva, em detrimento do essencial que é a qualidade pessoal.

Antes do profissional e do produto, até mesmo da própria empresa, está a pessoa humana, em todos os níveis. Qualquer programa de recursos humanos que descuide dela está bem distante de alcançar resultados duradouros. Cuidado com imensas listas de como gerir conhecimento ou administrar capital intelectual, se permanecerem alheios à Motivação Humana. Se desse jeito o for, o Capital Intelectual fica como semente esmagada, seca ou mofada e sem água. Para gerir o conhecimento humano é preciso que os líderes despertem para a magia do elogio, para o trinômio milagroso da eficiência.

Quem se descuida da pessoa, perde o profissional. A pessoa e o profissional são inseparáveis. Malgrados sejam uma só, quem se apresenta primeiro é a pessoa. Tanto no vendedor quanto no diretor; tanto nas funções mais simples quanto nas mais complexas. Tanto nos poderes temporais quanto nos religiosos, a pessoa está acima de tudo; muito antes do produto que nasceu em seu espírito criativo e transformador.

Está também no cliente, que antes de ser consumidor ou usuário de serviços, é pessoa humana. Está nos cargos públicos, nos ministérios, na magistratura, no professorado, na polícia e nos campos de esportes. De igual maneira, nos religiosos, e em todas as atividades.

O caráter é indelével e indissociável da pessoa. As características pessoais agregam-se às do profissional. Vale ressaltar mais uma vez, um e outro estão no mesmo ser, sem se apartarem. Devem estar unidos, intrinsecamente ligados. Desconhecer essas premissas é o mesmo que afirmar nada saber acerca de gerenciar ou administrar. A vida é uma escola e o ser humano é uma universidade e os mestres deveriam estar na área de Recursos Humanos.

Se a pessoa é dotada de boa índole, de caráter bem formado, de estrutura familiar sólida, de amor à vida, de vontade de servir, de garra, com evidência, esforça-se para ser profissional de renome.





4 comentários:

  1. Capital Intelectual deve ser compartilhado e maximizado. Onde a organização possua várias fontes de informação.

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  2. Desde os primórdios, o Capital Intelectual manifesta-se em todas as ações da vida, nas decisões e até mesmo na sobrevivência da espécie humana, e é a partir de bem pouco tempo que as organizações e seus administradores vêm percebendo a sua influência e suas implicações nos resultados empresariais.

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  3. Os tempos de hoje exigem uma visão diferenciada e abrangente dos gestores para identificarem o grau de importância e volume do capital intelectual presente nas organizações. Isso pode ser um fator crucial para o sucesso e competitividade das organizações.

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  4. No inicio da revolução industrial o importante era o funcionário produzir sem pensar em porquê ou para quê ele fazia aquilo. Depois de algum tempo verificamos, nas referências bibliograficas, que as organizações já sentiam falta de funcionários que opinassem com boas idéias. Hoje, os empresários visionários vendem suas empresas mas, não perdem seu capital intelectual.

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